Por isso, como participo numa candidatura que é a única alternativa para Barcelos, e a aquela que conhece os dossiês mais complicados, “Barcelos mais Futuro” confiará em todas as candidaturas nas freguesias para que juntos possamos iniciar um novo caminho terminando um ciclo político cujos seus protagonistas, penosamente, anseiam que as próximas eleições autárquicas fossem já amanhã.
O poder autárquico das freguesias nos atos eleitorais
Já a escassos 3 meses das eleições autárquicas para final de setembro ou início de outubro de 2021 e, ao que parece, já com as candidaturas partidárias e independentes arrumadas, sobram ainda muitas incertezas de quem serão, afinal, a maior parte dos protagonistas colocados nas listas logo a seguir ao primeiro candidato.
E são estes nomes “secundários” que têm provocado mais dores de cabeça, com particular destaque no partido que detêm o poder municipal. Às vezes até se faz querer passar a mensagem que as clivagens e guerrilhas de fações só existem noutros partidos, quando todos sabemos que as lutas são mais conflituosas no partido do poder, como noticia a comunicação social, das lutas por lugares elegíveis e ao aparecimento de listas independentes que, por divergências ou falta de compromissos assumidos, minam a credibilidade dos políticos, a menos que sejam manifestações para a defesa de uma democracia representativa mais abrangente que não se esgota nos partidos!
Em todo o caso, todos sabemos que qualquer partido político ou grupo de cidadãos eleitores que queira ser alternativa ao poder instalado na gestão Municipal, dificilmente o será, se não concorrer a todas, ou quase todas as freguesias do concelho.
Como demonstram todos os resultados eleitorais do concelho, nas eleições de âmbito nacional foi sempre o PSD que as ganhou, desde o 25 de Abril.
Já nas autárquicas não se pode dizer o mesmo: desde 2009, tem sido o PS o grande vencedor dessas eleições. E isto não é de todo muito complicado de analisar, se tivermos em conta a grande dimensão do concelho, antes com 89 freguesias e agora 61.
E qualquer candidatura que não chegue a todas as freguesias do concelho será muito difícil juntar a maioria dos votos dispersos maioritariamente num partido, se não houver um trabalho conjunto entre a eleição para a junta de freguesia e a câmara municipal, devido à influência do candidato local.
Naturalmente que é também importante que o candidato à Câmara tenha determinadas caraterísticas que, conjugadas com o poder das comunidades locais, sejam suscetíveis de criar empatia entre as pessoas que, às vezes, funciona melhor do que grandes qualificações técnicas ou académicas. É como se ouve muitas vezes por onde andamos: a pessoa é muito simpática… fala bem!
Ora, falar bem, (muitas vezes nem sabemos o que isso significa, se pela crença no que dizem ou por aquilo que é agradável de ouvir), mas é termos a noção do ecletismo social que somos; e pensarmos que são as elites urbanas que determinam quem nos representa. Nada mais fatal!
Lembro-me que na campanha de 2013, numa das visitas a uma freguesia sempre de maioria PSD, mas que o PS tinha ganho pela primeira vez em 2009, um empresário de sucesso muito respeitado dirigiu-se a mim, pela amizade e estima que ainda hoje por ele sinto, e disse-me: – Eu sou do PSD, mas vou votar em vós! – Muito obrigado pela confiança – respondi. – Em 2009 já votei em vocês e estou a gostar do vosso trabalho – sublinhou. Agradeci-lhe pela confiança depositada em nós. De seguida, confidenciou-me: – não cometeram muitos erros! E já muito baixinho, quase ao ouvido, explicou-me: – erros graves!
O que este sábio empresário quis transmitir foi que em política até podemos cometer erros. Mas que não sejam erros graves! E, por acaso, há uns dias encontrei de novo esse estimado empresário que me manifestou o total apoio e sucesso, porque nos últimos anos a Câmara cometeu muitos erros… e graves, acrescento eu.
Pois é… é que foi prometido tudo: que iam resolver o problema da água e não resolveram; dinamizar a frente ribeirinha; a construção do novo hospital; o orçamento participativo (sem execução); as ciclovias; as ecovias; o respeito pelos munícipes; os investimentos PEDU! Portanto, cerca de metade deste ciclo político de 12 anos foi um verdadeiro desastre!
Por isso, como participo numa candidatura que é a única alternativa para Barcelos, e a aquela que conhece os dossiês mais complicados, “Barcelos mais Futuro” confiará em todas as candidaturas nas freguesias para que juntos possamos iniciar um novo caminho terminando um ciclo político cujos seus protagonistas, penosamente, anseiam que as próximas eleições autárquicas fossem já amanhã.
Domingos Pereira – vereador da CM de Barcelos, pelo BTF