
A importância das lideranças políticas
O PSD e o PS têm alternado a governação do país desde as primeiras eleições legislativas após o 25 de Abril de 1974. Por isso, não admira que estes partidos comecem o ano com diretas para a escolha do seu líder para os próximos dois anos. No PSD, Rui Rio foi reeleito para mais dois anos e no PS com muito mais tranquilidade António Costa será reeleito também por mais dois anos no próximo dia 13 de Abril.
A importância das lideranças políticas destes dois partidos são mais que o seu mero cargo. Qualquer um deles têm consciência que o seu sucesso proporcionará o acesso real ao cargo de primeiro-ministro. Sem esquecer, claro está, a conjuntura política de cada ciclo e dos resultados alcançados pelos governos que os sustentem.
Se a reeleição dos dois líderes (PSD e PS) estão resolvidas do ponto de vista da organização partidária, o mesmo não se pode dizer quanto à sua estabilidade em ambos os partidos: o PS está confortavelmente instalado na ação governativa pelo menos num período próximo, eventualmente até ao ato eleitoral das autárquicas de outubro de 2021?
Mas, por paradoxo que pareça é o partido que beneficia deste ciclo político favorável do governo, devido a uma conjuntura muito positiva no plano económico e financeiro e, desde logo, um PS com tranquilidade militante quiçá a enervar alguns que já se perfilam para a era pós Costa; o PSD irá apostar numa conjuntura menos favorável com uma eventual degradação dos indicadores macroeconómicos, agravada com os focos conflituais de rua e pela falta de um apoio claro de uma maioria formada no parlamento como o modelo da legislatura de 2015/2019, a dita “geringonça”.
Uma coisa é certa: os líderes dos dois grandes partidos (PS e PSD) concorrem sempre para o cargo de primeiro-ministro, desde que as máquinas partidárias estejam unidas à espera de um fraco desempenho do governo. Por isso, Rui Rio apostará mais numa alternativa governativa em função do resultado das autárquicas de 2021.
Na gestão autárquica barcelense é como no governo e no parlamento: é exercida alternadamente por ciclos políticos mais ou menos estáveis entre o PSD e o PS. Exceto neste último mandato e metade do anterior com resultados que bem conhecemos. Também por cá é tempo de escolha de novas lideranças para que, depois de eleitas, se apresentem como candidatos a presidente de Câmara ou influenciem qual o candidato e toda a equipa.
A existência dos partidos pelo que representaram e representam para a institucionalização e consolidação da democracia deve ser respeitada, mas reconhecer que estes valores não se esgotam neles, em especial no poder local e decididamente no nosso concelho de Barcelos.
O BTF apresentou, já em Novembro passado, as suas orientações políticas e compromissos para com os barcelenses como alternativa para 2021. O BTF é a única força genuína, organizada, competente e, acima de tudo, destituída da luta do poder pelo poder. O BTF tem tido uma postura de grande responsabilidade crítica e participativa. É por isso que, em 2021, merecerá a confiança dos barcelenses.
Não basta dizer que querem continuar o projeto de 2009! Mas que projeto? O da degradação da gestão da coisa pública como nestes últimos quatro anos? Sim. É o que observamos… Infelizmente!
Domingos Pereira – Vereador do BTF na CM de Barcelos
Artigo de opinião. Com a edição de 23 de janeiro de 2020, do Jornal Barcelos Popular.