Um Ingrato
O que hoje aqui escrevo é sobre a postura de Miguel Costa Gomes, não pelos seus artigos de opinião mas a quem através deles às vezes quer atingir, como no seu último artigo (pelo menos por si assinado) publicado na edição deste jornal de 17 de outubro de 2019.
O ataque patético que sistematicamente é exercido sobre tudo e todos, às vezes feito de forma cobarde, por não mencionar o nome de quem quer atingir, como no seu artigo acima referido, onde o visado sou eu.
Nele são comparados os resultados eleitorais obtidos no distrito e no
concelho nos últimos anos, com destaque para os resultados do PS em 2019; as
comparações analisadas não traduzem a realidade sociológica eleitoral do nosso
concelho. Desde logo, porque os resultados eleitorais para eleições de âmbito
nacional foram sempre ganhas pelo PSD (com mais ou menos votos), desde o 25 de
Abril de 1974. Verdade ou mentira? Pois… é verdade! E já agora então por que é
que o PS não ganhou em outubro passado?
Ora, o “socialista” em apreço, esquecesse que os resultados de cariz nacional
têm uma variação maior ou menor em função do vencedor nacional (PS ou PSD). E
ser ou não governo nos atos eleitorais faz a diferença.
Afirma que o pior resultado obtido pelo PS foi nas legislativas de 2015, por ter sido eu o candidato a deputado à AR e por ser o presidente da concelhia do PS Barcelos; o PS obteve em 2015 um resultado com 18.758 e em 2019, 21.428, ou seja mais 2.670 votos; mas sejamos claros: em 2009 não era eu o presidente da concelhia do PS de Barcelos? Ah… era eu. E como justifica que sendo eu o presidente da concelhia em setembro de 2009 o PS tenha tido uma votação das maiores de sempre com 26.532 votos com uma diferença de apenas 232 votos para o PSD, a menor de sempre entre o PSD e o PS para eleições de âmbito nacional!
E como explica que o PS nestas eleições de 2019 tivesse menos 5.104 votos do que em 2009 quando era eu o presidente da concelhia? A narrativa “oca” que Miguel Costa Gomes construiu, como demonstram várias declarações públicas, e a última na entrevista a este jornal em 13 de junho passado, é a de que o resultado negativo que o PS obteve em 2015 se deveu ao facto em não o ter envolvido na campanha eleitoral (o que não é verdade) e, por isso, o resultado obtido corresponder ao meu peso político no concelho. E deduz ainda que se tivesse participado na campanha o resultado seria outro. Mas para mais ou para menos? É que em setembro de 2009 não era ele o presidente da câmara nem militante e, pelos vistos, não teve receio de ser eu o presidente da concelhia. Um ingrato!
Ora, como sabemos, Miguel Costa Gomes não participou na campanha destas últimas eleições legislativas de outubro por razões bem conhecidas. Mas como afirma, foi um excelente resultado… Então, o capital político eleitoral do PS deveu-se à Dr.ª Ana Maria Silva e a Casimiro Rodrigues, candidatos efetivos na lista de deputados por Braga à AR. Que ambos aproveitem a onda para se candidatarem à concelhia porque, afinal, o capital político a eles pertence, exclusivamente!
Já agora, e para terminar, já me desfiliei do PS há perto de três anos, mas parece que continuo a incomodar muita gente! Sou livre de seguir os caminhos onde melhor possa servir o interesse geral para bem de Barcelos e dos barcelenses. Com uma certeza: respeitar sempre o PS enquanto instituição, pelo legado que nos deixou na construção da liberdade, da democracia e da tolerância, bem como de outros partidos.”
Artigo de opinião de Domingos Pereira, Vereador do BTF na C.M. Barcelos.
Com a edição de 31 de outubro de 2019, do Jornal Barcelos Popular.
